Quando era pequena, minha mãe lia para mim as histórias de Laura Ingalls. Eram histórias cotidianas, que dentro do dia-a-dia tinham sua dose de magia. Laura era uma menina que vivia se mudando com os seus pais, oeste adentro, nos EUA de 1800’. Ela teve várias casas, sempre construídas de madeira. Sempre imaginava as casas e como deveria ser viver dentro delas, no frio que fazia lá.
Mas o que eu acho singular nas histórias, é de como pequenas coisas, tão simples, rendiam uma história. Uma que me assombrou nos últimos dias, foi a da janela. Sim, janelas não eram algo que se comprava ali, no mercado a preço de banana. Eram caras. Laura conta que o seu Pa trouxe um embrulho (sempre trazia embrulhos, que eram sempre surpresas), e nesse estavam quatro pedaços de vidro, que ele encaixou em uma das paredes. Laura pode ficar olhando a neve que caía, se sentindo quente dentro de casa, mas com um pedacinho do mundo de fora nos seus olhos.
Laura ficou fascinada com o vidro e seu poder de transparência e proteção. Foi um dia especial para ela, que ficou na janela durante muito tempo, olhando a neve e escutando seu ritmo, pensando na vida. Surpresas pequeninas, trazidas em papel, da venda, na neve, no frio, que aqueciam o lar.
Muito bom para fazer uma criança dormir.
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2 comentarios:
Que engraçado! Para nós as janelas são tão triviais, né? Ano passado, uma cara me contou que dormia num quarto sem janela e isso me fez refletir bastante.
Abraços,
Gabriela.
pra mim, qnt mais janelas melhor! quanto mais ângulos para ver o mundo, mais enquadramentos diferentes, melhor. e sempre há possibilidade de mudança no cenário, sim!
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